27 Nov 2018 10:49
Tags

<h1>Como Fazer Um Website</h1>
<p>Armando Santiago Jr. passava o dia inteiro atrás da tela do computador escrevendo textos para teu site de política. Era início de 2010, e ele defendia com unhas e dentes sua candidata presidencial, Dilma Rousseff (PT), aposta do dessa forma presidente Lula. O "companheiro Armando", como era chamado por outros blogueiros, se descrevia no Orkut como "um cidadão brasileiro indignado com a ação criminosa dos tucanos" na campanha eleitoral.</p>
<p>Era casado, tinha 56 anos e vivia em Poços de Caldas, Minas Gerais. Seu web site chamava-se "Seja Mencionada Verdade" e dizia anunciar "a notícia transparente". Esse "Armando", mas, nunca existiu. Seu trabalho, segundo relatam, era alimentar o web site com postagens desmentindo supostos boatos sobre isso Dilma Rousseff e publicar textos parciais e contrários a seu principal oponente, José Serra (PSDB), que acabou derrotado no segundo turno. A página também chegou a ter notícias falsas. E, para disseminar seu assunto, o trabalho acabou envolvendo a criação de perfis falsos - no mínimo 131 deles no Twitter, segundo uma listagem à qual a BBC Brasil teve acesso.</p>
<p>Cota desses perfis, 84, ainda estão "vivos" pela mídia social, apesar de inativos, e conseguem ser conferidos por qualquer um. A corporação apontada pelos entrevistados como responsável pelo serviço é a Ahead Marketing, de Gabriel Arantes Cecílio e, na época, bem como de Arnaldo Lincoln de Azevedo. Em teu blog, é descrita como uma agência que adaptou o "marketing de guerrilha" para a realidade política. Apresenta serviços como o de "invisible talkers" (comunicadores invisíveis), "grupo de agentes treinados que anexam mensagens em pontos estratégicos da cidade, por intermédio de diálogos entre eles mesmos ou com a população". Questionados por e-mail, os 2 negaram ter participado pela "realização de notícias falsas", todavia não responderam à pergunta a respeito da geração de perfis falsos. Ademais, disseram não poder dialogar se foram contratados para atuar na campanha de Dilma Rousseff em 2010 em razão de não falam sobre o assunto "consumidores ou supostos consumidores" (leia mais abaixo). O blog da agência informa que ela participou "dentro e fora do Brasil" de "campanhas vitoriosas pra Presidência da República, governos estaduais e de grandes capitais", sem especificar quais.</p>
<ol>
<li>Responsabilidades do cargo</li>
<li>Ler mais</li>
<li>4º: observação dos dados</li>
<li>Insira um CTA na conclusão</li>
</ol>
<p>Não há na prestação de contas da campanha de 2010 de Dilma e do PT registros de pagamentos à Ahead Marketing. 234 1000, todavia, da campanha do aliado e hoje governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), a "G. Cecílio e Cia Ltda", de Gabriel Cecílio Arantes. Pimentel concorreu ao Senado em 2010 e, no começo daquele ano, foi um dos coordenadores da campanha de Dilma à Presidência.</p>
<p>Ele também aparece nos tuítes de alguns dos perfis falsos, que publicaram mensagens favoráveis não só ao desse modo candidato, assim como também a postulantes do PT aos governos estaduais. Vinte de setembro de 2010. A "usuária" também tuitava a favor de Dilma: "Programa de Dilma mostra a história de vida de uma mulher vitoriosa", escrevera um mês antes.</p>
<p>BBC Brasil Fabricio Benevenuto, professor do departamento de Ciência e Computação da Escola Federal de Minas Gerais (UFMG), demonstrando angústia com a "tentativa de manipulação de posição pública por intermédio do emprego de perfis falsos" por este ano. Pra Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP, a descoberta "mostra que o Brasil tem ao menos oito anos de 'know-how' de como fazer fakes de forma sofisticada como estratégia organizada de campanhas políticas". Por intervenção de sua assessoria de imprensa, Dilma negou que tenha contratado tal serviço. Depoimentos dos entrevistados na BBC Brasil e tuítes mostram que campanhas de políticos como Aécio Neves (PSDB-MG), dessa forma candidato à Presidência, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) teriam contratado o serviço. Os 4 ex-funcionários chegavam para trabalhar diariamente por volta das 10h em um apartamento em Higienópolis, bairro nobre pela zona central de São Paulo, segundo relatam os entrevistados na BBC Brasil.</p>
<p>Bem como trabalhavam ali um diagramador e, ocasionalmente, alguém de tecnologia da dado, declaram os entrevistados. As artigos variavam principalmente entre notícias que atacavam Serra e textos que desmentiam boatos sobre isso Dilma que, na época, circulavam em outros blogs, grupos de Orkut e correntes de email. O blog tinha as categorias: "(Des)governo do PSDB", "Desmentindo boatos", "Partido da Imprensa Golpista" e "PSDB: Mancadas da campanha", entre outros. Um modelo de publicação que visava desmentir textos falsos sobre isso Dilma é uma que explica que o presidente Michel Temer (PMDB), vice na chapa, não era satanista. Esta artigo que fazia uma compilação de links de "desmentidos de e-mails falsos a respeito Dilma" foi bastante disseminada - obteve setenta comentários no site.</p>
<p>Um desses textos de checagem de infos mostra como são falsos emails a respeito "uma amante lésbica" da portanto candidata, que estaria lhe pedindo pensão pela Justiça. O material ensina o leitor como pesquisar no site da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) o nome do advogado da suposta amante citado no email, verificando, deste jeito, que ele não existe.</p>
<p>Se bem que a maior parte das publicações fosse de ataques a Serra ou de checagem de fatos sobre isto Dilma, os entrevistados na BBC Brasil admitem que chegaram a fornecer bem como notícias falsas. Uma publicação do dia 6 de outubro de 2010, a título de exemplo, informa que o Vaticano estava discutindo "excomungar José Serra".</p>